quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Brasil: A crise dos anos 1920 e a revolução de 1930

O grande processo de urbanização iniciado na revolução industrial e consubstanciado com revolução francesa marcou um novo tempo na história do mundo ocidental, a insurgência pela necessidade de uma produção crescente advindo de um modo capitalista, emergiu um novo patamar na qualidade de vida dos seres humanos e conseqüentemente a prosperidade (embora desigual) proporcionou o avanço contingencial das massas em torno da atividade produtiva que foi deslocada para os centros urbanos.
O século xx presenciou o aparecimento do povo com um papel mais ativo na história, a história das massas é proporcionada pela sua inclusão nos endrames estruturais de sua sociedade. As massas deste novo século desempenham função fundamental na reprodução do sistema capitalista e é essa importância que faz estas populações reivindiquem direitos sociais e políticos antes inatingíveis para si, como por exemplo: o sufrágio universal, direitos trabalhistas e direitos sociais.
Acompanhando mais lentamente o ritmo deste cenário europeu e norte americano, o Brasil vivenciava durante este inicio de século sua tentativa de formar um sistema político democrático coeso, no entanto a república brasileira instaurada em 1889 sob os auspícios do federalismo norte americano esteve longe de conseguir tal objetivo, configurando numa democracia oligárquica de lideranças locais, deu suporte para o surgimento de fenômenos como o coronelismo e o mandonismo local através da constituição 1891.
A entrada da segunda década do século XX foi ponderada de fortes manifestações em todo globo. O fim da primeira guerra mundial repercute diretamente no imaginário dos intelectuais brasileiros, e o movimento modernista brasileiro (paulista) iniciado na semana de arte moderna em 1922, começava a questionar os ideais de “civilização” vindo das vanguardas européias e procurava a nacionalidade brasileira em suas raízes históricas. Outro fator importante deste período foi surgimento do partido comunista brasileiro em 1920 dando uma nova opção de “ideologia” para a lógica de organização da sociedade republicana brasileira baseada na agra-exportação, que apesar de “entoar” a concepção de “revolução” para instaurar um novo regime descartando o principio democrático, acabou tendo grande aceitação nas massas urbanas que viam excluídas os seus interesses sociais urbanos em prol de políticas públicas praticadas para o fortalecimento do setor cafeeiro.
De fato o primeiro regime republicano brasileiro nunca conseguiu “exaurir” o caráter oligárquico implantado desde a sua formação, os direitos políticos só eram dados aos alfabetizados, porém a população brasileira em grande maioria era composta de ex-escravos e estes não tinham a menor instrução, o estado se ausentou na constituição liberal de 1891 liberando o governo do dever de provir a educação, deixando na mão dos coronéis o ato de instruir em trocas de votos e assim emergiu o “curral eleitoral” que tanto deu poder a esses grandes senhores durante todo este período.
Além dessa perspectiva de “democracia oligárquica” este regime tinham que lidar com problemas internos de suas ligações e relações entre diferentes oligarquias desenvolvida em todo território nacional, e a incongruência entre estes fazia ficar inoperantes o Congresso Nacional podendo prejudicar as políticas voltados para o fortalecimento da economia cafeeira. As alianças fortes surgiram como fundamentais para a composição do sistema, entretanto a parceria entre Minas e são Paulo começavam nesta segunda década do século xx e se desestruturarem.
Nas eleições de 1922, as lideranças oligárquicas começavam a se separarem, de um lado a velha coligação minas e São Paulo, do outro a reação republicana (como ficou conhecida) aliando-se Rio grande do sul, Pernambuco e Paraíba, Arthur Bernardes candidato da posição contra Nilo Peçanha representante da reação republicana. Os motivos deste rompimento acabaram ao longo da história deslizando para várias concepções que implicam no entendimento da revolução de 1930, existem tendências historiográficas que apontam o crescimento de interesses industriais dentro das oligarquias com menos representações como as do Rio grande do sul, Pernambuco e Paraíba, como também alguns historiadores que apontam esta fase como uma crise intra-oligárquica desmerecendo o nome dado de “revolução” em 1930, como também aqueles que apontam o surgimento de uma burguesia industrial brasileira que se alia com as oligarquias menos representativas e com o movimento tenentista.
O resultado da eleição deu vitória a Arthur Bernardes em uma eleição apertada e conturbada dando margem a possível manipulação estatal na máquina eleitoral, o que acaba revoltando a oposição que se alia com os setores médios das classes militares, que eram adeptos das idéias de valorização do trabalhador e do mercado interno brasileiro defendida por essas oligarquias exigindo neste momento a implantação de uma reforma do processo eleitoral que eram administrado pela câmara (onde a maioria pertenciam ao governo)
Estes setores médios militares geralmente membros de média patente dentro do serviço militar começava a duvidar da governabilidade do sistema político vigente e temiam pelo ordenamento da sociedade, figuras como Carlos Prestes, liderou a conhecida coluna preste do movimento tenentista que visavam tomar da mão das oligarquias o poder político, porém o golpe fracassou, sendo rechaçados inclusive pelos seus antigos aliados da reação republicana na eleição da chapa de Nilo Peçanha. Mais tarde prestes viajou para o exterior onde teve contato direto com os ideais socialistas do leste europeu.
Contudo o enfraquecimento do sistema político da primeira república era visível pelas intrigas entre as oligarquias tendo nas eleições de 1930 mais um reflexo. Esta eleição foi marcada pela separação da união oligárquica de Minas e São Paulo, a indicação de Washington Luis (paulista) de um candidato conterrâneo em vez de um mineiro debandou boa parte das lideranças do PRM (Partido republicano mineiro) para o lado da reação republicana que tinha como seu candidato o antigo general gaúcho Getúlio Vargas e tendo seu vice João Pessoa da Paraíba.
Assim como nas eleições de 1922 o candidato do governo Julio prestes ganhou de forma apertada de Getulio Vargas repercutindo mais uma vez a contestação da aliança liberal (como ficou conhecida a junção entre as oligarquias mineiras, gaúchas, pernambucanas e paraibanas e o movimento tenentista) de possíveis fraudes eleitorais, porém a “casual” morte de João pessoa em recife por assassinato acaba ganhando denotação de um crime político por parte do governo contra a oposição, dando legitimidade a tomada de poder por parte da aliança liberal, empossando Getúlio Vargas como presidente do Brasil insurgindo assim uma nova era da política brasileira, pois Vargas apesar de ser eleito pela aliança liberal seu governo será marcado por práticas intervencionistas e centralistas.

Refêrência
Ferreira, Marieta, Pinto, Surama, A crise dos anos 1920 e a revolução de 1930.

Oliveira, Lúcia, Sinais da modernidade na era Vargas: Vida literária, cinema e rádio.

6 comentários:

Anônimo disse...

putssssss

dudu disse...

show, nos site q eu pesquiso normalmante naum achei nada sobre essa crise dos anos 1920

Anônimo disse...

é msm eu tbm procurei e ñ axei nda sobre a crise dos anos 1920...

juliana disse...

nossa pesquizei na ultima hora deveria te achado logo esse poxa nem deu tempo de pega tudo mais peguei o inicio.fica aqui meu agradecimento bjss

Anônimo disse...

legal

ABNER DÚ disse...

Perfeito... Uma decada com as informações de forma clara e detalhada,